segunda-feira, 11 de maio de 2009

Noite do Vinil promove uma Kizomba – a festa da raça

Noite do Vinil promove uma Kizomba – a festa da raça
“A inegável influência negra na musica brasileira transformou-a numa das mais ricas do planeta, se não fossem nossos irmãos africanos que para aqui vieram sofrer no cativeiro infortúnios de toda ordem não teríamos a oportunidade de penetrar e incorporar toa a sua riqueza cultural, mas se o preço para essa inserção da cultura negra em nossos costumes foi muito dura e cruel, o que dela temos hoje é um patrimônio inestimável. Deve-se também aqui exaltar a obstinação e a luta de nossos ancestrais africanos em não deixar que suas matrizes culturais fossem excluídas da convivência cotidiana de nossa sociedade impondo-a com muita luta a sua penetração e adquirindo ao longo da história o lugar de destaque que hoje muito nos orgulha. Dessa contribuição temos no caso da musica popular, o samba como a sua maior representação”.
Luiz Américo Lisboa Junior, pesquisador da história da música popular brasileira.

Nesta quarta-feira, dia 13 de maio, a Noite do Vinil exalta a africanidade na Música Popular Brasileira, já que neste mesmo dia, em 1888, foi assinada pela princesa-regente Isabel, filha de D. Pedro II, a Lei 3.353, conhecida como Lei Áurea. Este documento determinou a libertação imediata de 700 mil escravos trazidos da África que viviam no Brasil.
Nomes como Ataulfo Alves, Luiz Melodia, Tim Maia, Jorge Bem Jor, Wilson Simonal, Pixinguinha, Jair Rodrigues, Gilberto Gil, Clementina de Jesus, entre outros estarão sendo apresentados através dos discos de vinil da coleção do organizador Wellington Cordeiro, mas quem tiver algum disco que represente a raça negra pode levar que será executado. Entre as preciosidades, o disco “O canto livre de Angola” disco gravado na apresentação da embaixada de músicos angolanos no Brasil em 1983.

Entre as músicas que serão ouvidas, está:

Kizomba, A Festa da Raça
Composição: Luiz Carlos da Vila
Interpretação: Emílio Santiago

Valeu, Zumbi
O grito forte dos Palmares
Que correu terra, céus e mares
Influenciando a abolição
Zumbi, valeu
Hoje a Vila é Kizomba
É batuque, canto e dança
Jongo e Maracatu
Vem, menininha
Pra dançar o Caxambu

Ô,ô, Ô,ô
Nega mina
Anastácia não se deixou escravizar
Ô,ô
Ô,ô,ô,ô
Clementina, o pagode é o partido popular
Sacerdote ergue a taça
Convocando toda a massa
Neste evento que congraça
Gente de todas as raças
Numa mesma emoção

Esta Kizomba é nossa constituição
Esta Kizomba é nossa constituição

Que magia
Reza, ajeum e Orixá
Tem a força da cultura
Tem a arte e a bravura
E o bom jogo de cintura
Faz valer seus ideais
E a beleza pura dos seus rituais

Vem a Lua de Luanda
Para iluminar a rua
Nossa sede e nossa sede
De que o aparthaid se destrua

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